“Tecnologia é mato, o importantes são as pessoas” (dpadua)
A vida constantemente nos lembra de sua efemeridade e da complexidade dos seus aparentemente simples caminhos. Quando alguém jovem e no movimento de seus projetos se vai, fica aquela sensação de injustiça, de interrupção de uma trajetória necessária.
Uma coisa que me marcou muito ao ler Bakhtin foi a sua colocação da vida como narrativa que não é nossa. Narrativa que sempre vamos deixar inacabada e que compete ao outro, aquele outro que conosco divide este espaço e este tempo, colocar o ponto final. Desde ontem, nós (os outros!), de muitas e diferentes formas tentamos continuar a narrativa do Daniel.
Faço a minha parte contando que conviver com Daniel na rede é prova de que é possível realmente colaborar, interagir, fazer parte e, sobretudo, ser livre. Desde 2003 , Daniel era parte das minhas ‘sinapses‘, a turma do MetaFora, das diversas listas xemelentas que me ensinaram muito. E o dpadua sempre foi um dos mais criativos e antenados e, também, tanto quanto as nossas conexões possam refletir, sensível, utópico, romântico e … autodivertido.
Ontem, ele partiu para novas aventuras e deixou suas ideias, sua generosidade. Algumas delas eu pude salvar da extinção algum tempo atrás. Para alguma coisa serve a minha mania de guardar tudo, mesmo nas versões 1.1. Assim, guardei e pude restituir ao seu autor o Manifesto do Artesão das Redes. Fiquei feliz por isso, mesmo que eu pudesse discutir este manifesto por umas boas horas com ele 🙂 E é pra isso que servem as ideias, para fazer as coisas se moverem.
Mas, … como disse o Daniel:
Mexa essa bunda gorda e crie suas redes. Encontre os instrumentos alternativos e crie as táticas de que precisa. Seja um camaleão tecnológico. Um ciborgue movido pela própria poesia
vamos?
* os arquivos da web ainda guardam os esporos
** a foto peguei da web, avatar do blogblogs
*** vale ler a nota de falecimento no site Br-Linux.
**** E as manifestações das outras sinapses:
)) Sapo Crocante – Alfarrábio